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O dia a dia nos consome tanto com compromissos profissionais ou particulares, que o tempo passa voando e, quando prestamos a atenção, lá se foram meses e anos… Já reparou como o tempo parece que está cada vez mais escasso? Já que isso é uma realidade e dificilmente vamos conseguir mudar o curso das coisas, o jeito é aproveitar cada momento da vida. Isso significa estarmos mais próximos de quem a gente gosta, curtir momentos à sós, viver a sua casa, explorar a cidade, ler um livro, ir a uma exposição de arte e tantos outros programas que nos fazem recarregar as energias. E como já diz o ditado: “as melhores coisas da vida não são coisas”, então bora aproveitar as oportunidades que estão por aí.

Tá afim de dar uma desconectada dessa loucura toda? Que tal assistir a um espetáculo de dança? Diferente de um show de música ou uma peça de teatro que a maioria está mais acostumada a frequentar, a dança é poesia em movimento para os olhos. Sou suspeita para falar, porque sempre gostei, mas agora participando da “Dança dos Famosos”, tenho uma admiração ainda maior pelos profissionais da área.

Um programa imperdível é “Cão sem plumas”, espetáculo criado pela talentosíssima Deborah Colker. Além de tudo aquilo que se espera de um número assim (figurino, trilha sonora, coreografia e cenário), você vai se maravilhar com as belas imagens de cinema que se mesclam com a dança. O filme em questão foi gravado durante uma viagem da cia de dança da artista pelo Nordeste, levando para o palco imagens impactantes de nosso país. Essa crítica social mostra a dura realidade e a vida precária das pessoas que vivem às margens do Rio Capibaribe, em Pernambuco.

Tudo se funde: dança, vídeo, expressão corporal e a caracterização impecável com corpos sujos de lama. A inspiração é o poema famoso de João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano que fez história e deixou seu capítulo na literatura brasileira. Pra entrar no clima, vale se deliciar com o texto publicado em 1950, que aborda a pobreza e a riqueza do estado de Pernambuco, além de questão da preservação da natureza.

O Cão Sem Plumas

A cidade é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada.

O rio ora lembrava
a língua mansa de um cão
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão.

Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.

Sabia dos caranguejos
de lodo e ferrugem.

Sabia da lama
como de uma mucosa.
Devia saber dos povos.
Sabia seguramente
da mulher febril que habita as ostras.

Aquele rio
jamais se abre aos peixes,
ao brilho,
à inquietação de faca
que há nos peixes.
Jamais se abre em peixes.

Lindo, não? E de profundidade ímpar… Mais maravilhoso ainda quando você estiver de frente com esse espetáculo fantástico. Uma verdadeira experiência, emoção à flor da pele! #arte #cultura #corpoemmovimento

Cão Sem Plumas @ Teatro Alfa
Hoje e amanhã, 01 e 02/setembro/17
R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, S. Paulo
Sex.: 21h30. Sáb.: 20h
Duração: 100 minutos
Ingressos: R$ 50 a R$ 160 – www.ingressorapido.com.br