Hoje eu quero falar sobre um prato que faz sucesso mundo afora desde os tempos dos povos bárbaros, o steak tartare. A não ser que você seja da turma que tem aversão a comer carne vermelha, essa é uma iguaria que merece deixar todos os preconceitos de lado pra ser provada. Digo isso por uma simples característica do tal bife bárbaro, como também é chamado: ele é feito com carne crua.
São várias as histórias sobre a sua origem, mas a mais aceita é a de que foi uma invenção de Átila, o Huno, e seus valentes, que colocavam a carne dos cavalos mortos dos povos derrotados sob a cela pra ser amaciada e depois temperada para o consumo, sem ter que precisar do fogo. Mas foi na França que ele deixou de ser um prato de brucutú e ganhou versão gastronômica feita com carne bovina.
Não torça o nariz antes de provar, porque, apesar de ser feito com carne crua, o steak tartare é tão especial que nem parece que foi preparado longe do fogão. As principais regras para que ele seja perfeito: usar carne de qualidade (preferencialmente filé mignon), limpar e picar na ponta da faca e preparar na hora de comer. Em hipótese alguma achar que carne moída serve (rs).
São várias as receitas, mas os ingredientes obrigatórios são: sal, pimenta, molho inglês, cebola, maionese, mostarda e, por incrível que pareça, catchup. Esse último é polêmico, porque normalmente é associado ao universo da junkie food, mas é ele que dá o toque adocicado pra essa combinação. Há quem também use alcaparras, cebolinha, pepino e conhaque, daí vai do chef, mas o ovo cru (só a gema) não pode faltar.
Tudo muito fresco, essas delícias são misturadas ao mesmo tempo e servidas na forma de um disco de hambúrguer mais alto ou pra você mesma preparar na mesa, o que também é bem legal. De acompanhamento, saladinha, batata frita ou torradas.
Quer sugestões de alguns dos mais indicados? Os dos restaurantes Le Jazz e Spot são super bem avaliados. Estando em Paris, experimente o do Hôtel Costes, que é um dos restaurantes que eu mais gosto da Cidade Luz.
O prato é tão famoso que inspirou outras interpretações, feitas de carnes de atum e salmão, por exemplo, assim como de outras possibilidades pouco prováveis, como o curioso (e delicioso) feito de banana do restaurante “A Casa do Porco“.
Na próxima vez que se deparar com um steak tartare no menu, fica a dica para provar essa delícia… #gastronomia #comidaecultura #aiquefome