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Além de ser uma das armas na guerra contra o avanço do coronavírus, esse período de isolamento social é um momento de reflexão, de repensar e resignificar tudo. O que é realmente importante e nos feliz? Cada um tem a sua resposta, mas a única certeza é que o mundo não será mais o mesmo depois dessa quarentena.

Novos valores, novas expectativas, um novo olhar – sairemos dessa muito mais fortes e cheios de amor pra dar. Em meio a esse turbilhão de incertezas e inseguranças, a Vogue Itália conseguiu chamar a atenção do mundo com uma mensagem que é pura sensibilidade e tomou conta da internet. É a primeira vez na história da revista que uma capa é publicada em branco, sem nada, mas, ao mesmo, com tudo!

Assim como essa imagem impactante da edição de abril, o texto de Emanuele Farneti, diretor chefe da publicação, sobre como nasceu a nova edição que “significa muitas coisas ao mesmo tempo”, é um verdadeiro bálsamo revigorante, vale a pena ser lido na íntegra. Que não nos falte esperança…

“Algumas pessoas dizem que a razão de existir da Vogue é entreter – oferecer algumas horas de diversão a quem folheia suas páginas. Eu não sei disso.

O que eu sei, como você lerá nesta edição, é que, em sua longa história, que remonta a mais de cem anos, esta revista passou por guerras, crises, atos de terrorismo. Sei que sua tradição mais nobre é nunca olhar para o outro lado (talvez o exemplo mais brilhante seja Audrey Withers, que foi editora-chefe da edição britânica durante os ataques aéreos nazistas). Porque, como observou a própria Withers, ser passivo é consentir com o status quo.

Há pouco menos de duas semanas, estávamos prestes a imprimir uma edição que estávamos planejando há algum tempo e que também envolveu a L’Uomo Vogue em um projeto duplo.

Mas falar de qualquer outra coisa – enquanto as pessoas estão morrendo, médicos e enfermeiros estão arriscando suas vidas e o mundo está mudando para sempre – não é o DNA da Vogue Italia. Assim, arquivamos nosso projeto e começamos do zero, com a intenção de fazer três coisas.

A primeira é começar a olhar além dessa turbulência e tentar imaginar um mapa do mundo que nos espera, publicando opiniões de especialistas e sem ceder à autopiedade (há e haverá muito trabalho a ser feito para perder tempo olhando nostalgicamente para trás).

O segundo é reunir nossa comunidade. Mais de 40 artistas, espalhados por todo o mundo e em confinamento total, se disponibilizaram em suas próprias casas para criar o que é efetivamente o primeiro instantâneo que uma revista de moda publicou sobre o novo mundo – todos distantes, ninguém sozinho.

A terceira é possivelmente a mais difícil: a decisão de imprimir uma capa completamente branca pela primeira vez em nossa história. Não porque houvesse falta de imagens – muito pelo contrário. Mas porque branco significa muitas coisas ao mesmo tempo.

O branco é antes de tudo respeito.

O branco é o renascimento, a luz após a escuridão, a soma de todas as cores.

O branco é a cor dos uniformes usados ​​por quem coloca suas próprias vidas em risco para salvar a nossa.

Representa espaço e tempo para pensar, bem como permanecer em silêncio.

O branco é para aqueles que estão preenchendo esse tempo e espaço vazios com idéias, pensamentos, histórias, versos, músicas e cuidados com os outros.

Branco relembra quando, após a crise de 1929, essa cor imaculada foi adotada para as roupas como expressão de pureza no presente e de esperança no futuro.

Branco representa as noites sem dormir daqueles que trabalharam nessa questão, nos dois lados do oceano e em condições complicadas. Sou grato a todos e cada um deles.

Acima de tudo: o branco não se rende, mas uma folha em branco esperando para ser escrita, a página de título de uma nova história que está prestes a começar.”