Hoje quero compartilhar duas dicas de livros que convidam a uma reflexão relacionada a temas de extrema importância: diversidade e antirracismo. Que bom seria se a humanidade já tivesse capacidade para lidar com essas questões e apenas o amor e o respeito prevalecessem, mas ainda há muito que se evoluir nesses aspectos. Seres humanos ainda são agredidos ou discriminados pela cor da sua pele ou orientação sexual, como se essas características fizesse alguém melhor que o outro – TODOS somos diferentes, cada um com suas histórias e desejos, e não há nada de errado nisso.
Como educação é uma das armas contra a ignorância, vamos falar sobre essas duas pautas sem nos cansarmos, quem sabe assim conseguimos tocar a alma de alguém. Para nos ajudar, Mario Sergio Cortella e Djamila Ribeiro reuniram seus pensamentos e estudos nessas publicações indispensáveis.
Em “A Diversidade: Aprendendo a Ser Humano”, Cortella faz uma reflexão sobre os reais impactos na estrutura da sociedade, com a intolerância, polarização, hostilidade e o desprezo como objetos de estudo. Ele também explica as diferenças entre reconhecer e tolerar, conflito e confronto, divergir e anular e o que faz dessas opiniões gatilhos de preconceito e atos de violência. “As grandes conquistas da nossa espécie se deram pela cooperação, não pela competição”, um dos ensinamentos do professor na publicação.
Esses sintomas presentes em nosso cotidiano se impregnam pela atitude de olhar o outro não como outro, mas como estranho, como intruso e, muitas vezes, como inferior. É aí que se instala o preconceito, ao qual todos precisamos estar atentos. Porque o preconceito reduz a nossa capacidade de conviver, de refletir, de fazer melhor, de inovar e de partilhar.
Escrito originalmente com Janete Leão Ferraz e publicado em 2012 com o título “Escola e Preconceito: docência, discência e decência”, agora foi modificado e renomeado, o livro ganha mais atualidade para o que precisamos fazer com urgência: seguir na busca de uma vida coletiva que reconheça que há muitos modos de ser humano e o fato de sermos um desses modos não significa que sejamos o único modo de ser!
Outro tema que merece toda a nossa atenção, o combate ao racismo é o foco do “Pequeno Manual Antirracista”, obra escrita pela filósofa e ativista Djamila Ribeiro, que trata de temas como negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos breves e certeiros, a autora apresenta caminhos de reflexão que permitem aprofundar a percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas.
Há muitos anos se solidifica a percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito. Reconhecer as raízes e o impacto do racismo pode ser paralisante. Afinal, como enfrentar um monstro desse tamanho? Djamila argumenta que a prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. E mais ainda: é uma luta de todos.
Por um mundo melhor, com beleza na diversidade, complementaridade na diferença e riqueza na pluralidade.