Além de termos um final de semana prolongado para atrair turistas para a cidade, São Paulo tem um motivo a mais para ficar mais colorida nos próximos dias. É que domingo, 29, acontece a Parada do Orgulho LGBT, dia de mudar a paisagem da avenida Paulista com muito glitter, plumas e paetês… Muito mais do que uma festa, essa é uma forma de reivindicação e de trazer à tona algumas discussões.
Apesar de estarmos acostumados a chamar o evento de Parada Gay, o correto é lembrarmos que a sigla LGBT também se refere às lésbicas, bissexuais e transgêneros. Em sua 20ª edição, essa multidão de gente (mais de 2 milhões no ano passado), vai às ruas como uma manifestação social em prol da garantia dos direitos civis da população LGBT. Gente, é inacreditável que em pleno 2016 ainda existam pessoas ignorantes, incapazes de respeitar o próximo, mas a triste verdade é que seres humanos são agredidos diariamente por conta de sua orientação sexual.
Frequentada também por simpatizantes (eu já fui várias vezes e amo poder apoiar essa causa), a cada ano o evento elege um tema. De uma forma geral, a principal reivindicação tem sido o combate à homofobia, mas para 2016 a pauta principal é “LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO, JÁ! – Todas as pessoas juntas contra a Transfobia!”, em favor do segmento T: mulheres transexuais, homens trans e travestis.
Com muita música e animação, o desfile contará com 17 trios, que levarão a bandeira T e frases que representam cada um desses segmentos. A ideia é fazer uma grande mobilização para que a “Lei de Identidade de Gênero”, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, seja aprovada e que todos assumam a luta pelo fim da transfobia no Brasil.
Mas essa é uma luta antiga… O movimento conhecido como Orgulho Gay começou após a Rebelião de Stonewall, em 1969, quando homossexuais enfrentaram a polícia de Nova Iorque durante uma invasão violenta ao bar Stonewall, local frequentado por gays. Desde então, anualmente acontece a parada que comemora o aniversário da Rebelião de Stonewall, um movimento popular que rompeu as fronteiras dos EUA e hoje é realizado em vários muitos países.
Maior a cada ano, no Brasil a Parada acontece desde 1997 e agora faz parte do calendário oficial de eventos de São Paulo. Só para ter uma ideia de sua importância, segundo a SPTuris, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo é o evento que atrai mais turistas à cidade, e em todo o país só fica atrás do Carnaval do Rio quando se consideram os turistas internacionais. A edição de 2011 foi a que os organizadores estimaram o maior número de participantes: 4 milhões de pessoas.
Apenas como curiosidade, o uso da bandeira com o arco-íris em manifestações LGBT começou no final dos anos 1970 e até hoje é reconhecida mundialmente como o símbolo das minorias sexuais. Durante a Segunda Guerra Mundial, os homossexuais nos campos de concentração nazistas eram identificados por um triângulo rosa. Na década de 1970, em São Francisco, na Califórnia, o movimento homossexual crescia e os militantes queriam um novo símbolo para a causa. Foi então que o artista Gilbert Baker, amigo de Harvey Milk (primeiro político gay eleito nos EUA), criou a tal bandeira colorida. Baseado nos hippies, para os quais o arco-íris representava a paz, a estreia desse novo símbolo aconteceu em 1978 na Parada do Orgulho Gay de São Francisco.
Em cima do trio, pelas ruas ou na calçada, o mais importante é garantir seu espaço para participar e dar voz à essa causa. Se tivéssemos respeito, não haveria espaço para a violência. E o que o mundo precisa é de paz, igualdade, tolerância e muito amor… Ninguém melhor que o outro – apenas iguais!
20ª Edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
Dia 29 de maio, das 10h às 18h
Concentração em frente ao Masp, na Av. Paulista – São Paulo
www.paradasp.org.br